Um dos maiores festivais do planeta, o Glastonbury não vem tendo muitas atrações ligadas ao rock em seu lineup nos últimos anos. As exceções acontecem quando medalhões são escalados, além de uma ou outra surpresa que aparece em meio ao grande número de concertos que acontece a cada edição.
Os organizadores do evento garantem que a exclusão não é proposital. Emily Eavis, uma das responsáveis pelos agendamentos, garante que a vontade dos envolvidos era outra. Porém, argumenta que não há um número considerável de opções em se tratando do estilo. “As atrações refletem o que está acontecendo neste momento no mundo da música. Não há muitos jovens nomes de rock, com honestidade. Espero que volte, meus dias dourados de juventude foram em 1995, com Oasis, Pulp, Radiohead… era ótimo. Mas as coisas mudam e a situação hoje é a que temos”, disse ela em entrevista ao jornal Telegraph.
Com tantos nomes surgindo no rock a cada dia, o mais provável é que os organizadores dêem preferência a artistas mais badalados no momento, sem se importar com estilo, como acontece no Rock in Rio do Brasil.
O Pyramid Stage, principal do Glastonbury, teve Dua Lipa, Coldplay e SZA como headliners. Tendo alguma ligação com o rock, se apresentaram PJ Harvey, Idles, Fontaines D.C., Voice of Baceprot, High Vis, Yard Act, NewDad, The Last Dinner Party, Problem Patterns, Kim Gordon e Psychedelic Porn Crumpets.
A reclamação do público inglês encontra ressonância no Brasil. Embora nunca tenha sido exclusivamente de rock, o Rock in Rio vem ampliando sua abrangência para sonoridades popularescas com maior ênfase nas edições recentes, e este ano terá até música sertaneja no lineup.
Realizado desde 1970, o Glastonbury Festival é um dos mais tradicionais da indústria. A edição deste ano aconteceu no último final de semana. Além da música, o evento reserva espaço para outras manifestações artísticas, incluindo teatro, circo e comédia.