Os Mutantes iniciaram suas atividades em São Paulo no ano de 1966, como um trio formado por Arnaldo Baptista, Rita Lee e Sérgio Dias, quando se apresentaram no programa O Pequeno Mundo de Ronnie Von, da TV Record. O grupo, que até então chamava-se Os Bruxos, foi batizado como Mutantes pelo próprio Ronnie Von, antes da estreia na TV.
No início de 1967, mudanças na direção artística do programa reduziram paulatinamente as apresentações dos Mutantes, e o grupo deixou a Record. Nessa época, conheceram o maestro Rogério Duprat, que apadrinhou Os Mutantes e convenceu-os a participar dos grandes festivais de música popular brasileira, que viviam sua fase áurea, além de colocar o grupo em contato com Gilberto Gil e, posteriormente, Caetano Veloso.
Em 1968, o trio assinou contrato com a Polydor, graças a uma indicação do produtor Manoel Barenbein. Assim, foi lançado Os Mutantes (1968).
Com arranjos de Duprat e participação especial de Jorge Ben, o disco foi bastante inovador e experimental, além de muito influenciado pelo trabalho dos Beatles.
O álbum é marcado pelo experimentalismo e pela utilização de várias técnicas de estúdio, como mudanças de ritmo, guitarras distorcidas, uso de ruídos, sonoplastia, e de objetos não convencionais para simular o som dos instrumentos, como uma bomba de inseticida em "Le Premier Bonheur do Jour". Nota-se uma forte influência dos Beatles e do rock psicodélico, misturando esses elementos com gêneros musicais brasileiros como o samba em "A Minha Menina", o candomblé em "Bat Macumba" e o baião em "Adeus Maria Fulô".
Os Mutantes, o álbum, vendeu menos de 10.000 cópias, mas adquiriu status de lendário ao longo dos anos. A obra é considerada um dos mais importantes álbuns da história da música brasileira, por conter um som inovador para a época, misturando elementos da música brasileira com o rock psicodélico e experimental, e usando de diversas técnicas de estúdio. Foi classificado em 9° lugar na lista da revista Rolling Stone dos 100 maiores discos da música brasileira.